Laudo sobre morte no Hopi Hari aponta falha humana
O
 Instituto de Criminalística (IC) de Campinas (SP) entregou à Polícia 
Civil e ao Ministério Público de Vinhedo nesta sexta-feira laudo com 
informações conclusivas sobre a perícia feita no parque de diversões 
Hopi Hari, após o acidente que matou a adolescente Gabriella Nichimura, 
de 14 anos, no dia 24 de fevereiro. Segundo informou o promotor Rogério 
Sanches, o laudo entregue à Promotoria aponta falha humana e indica que a
 trava da cadeira que a menina ocupou estava solta. "Não há nada de novo
 ou que mude o curso do que temos até agora. O laudo só reforça tudo o 
que já foi falado e divulgado", afirmou Sanches.
Gabriella caiu de uma altura de 
aproximadamente 20 metros, do brinquedo La Tour Eiffel, um elevador com 
69,5 metros de altura, o equivalente a um prédio de 23 andares. A garota
 morava no Japão e passava férias no Brasil. Após a família mostrar uma 
fotografia à Polícia e à Promotoria ficou claro que Gabriella sentou-se 
em uma cadeira que não poderia ter sido utilizada, pois estava inativa.
Durante as oitivas, o delegado recebeu 
informações de que os cinco operadores do brinquedo sabiam que, naquele 
dia, a trava que sempre esteve fechada para impedir que o assento fosse 
usado podia ser aberta. Eles teriam avisado um superior e recebido o 
comando para continuar as atividades até que alguém da manutenção 
chegasse à atração para resolver o problema.
O laudo do IC era a peça que faltava para a 
conclusão do inquérito conduzido pelo delegado de Vinhedo, Álvaro 
Santucci Noventa Júnior. Após ouvir 15 testemunhas entre funcionários de
 operação, manutenção, gerência e diretoria do parque, além de parentes 
da vítima e visitantes do Hopi Hari naquele dia 24, Noventa Júnior deve 
terminar seu trabalho até a próxima semana. O delegado não foi 
localizado nesta sexta-feira para comentar o laudo.
O promotor Rogério Sanches disse que deve 
denunciar mais de uma pessoa por homicídio culposo (quando não há 
intenção de matar), mas que vai aguardar o término do inquérito policial
 e juntar as informações do IC, da polícia, do Ministério Público do 
Trabalho e de inquérito civil conduzido pela promotora de direito do 
consumidor de Vinhedo, Ana Beatriz Sampaio Silva Vieira. "Há uma 
sequência de erros e provas por meio de depoimentos, documentos e 
laudos", disse o promotor, que terá 15 dias após receber o inquérito 
para apresentar a denúncia.
O advogado do Hopi Hari, Alberto Toron, 
afirmou que o laudo reitera também a tese do próprio parque. "O Hopi 
Hari sempre falou em uma sucessão de falhas humanas, portanto, o laudo 
não traduz novidades". O diretor do IC, Nelson Patrocínio da Silva, não 
foi localizado pela reportagem nesta sexta-feira, mas disse 
anteriormente que não comentaria o teor do documento.



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