La Muerte "Dulce"




Um casal de namorados foram encotrados mortos dentro de um carro em Porto Velho em 12 de julho um Ford Ka de cor vermelha. O fato ocorrido intriga a todos não só pelo fato de serem novos mas também por que ambos foram encontrados despidos e sem sinais de violência e abraçados um ao outro, o que dá um ar de mistério à tragédia. A principal hipótese levantadas pelas autoridades foi asfixia por monóxido de carbono. 
Com o carro e o ar-condicionado ligados e com as portas fechadas e vidros levantados, o ar no interior do veículo não se renova causando acúmulo de monóxido de carbono. É impossível perceber o perigo pois o gás não tem cheiro nem cor. Aos poucos a pessoa vai inalando o gás sem perceber acaba por desmaiar e morre sem conseguir respirar. Isso porque a hemoglobina do sangue tem maior afinidade química com gás monóxido de carbono do que com o gás oxigênio.


O monóxido de carbono combina-se preferencialmente com a hemoglobina para produzir carboxihemoglobina (COHb), o que resulta na redução da quantidade de oxigênio (SO2 = saturação em oxigênio) presente no sangue arterial. Esta ligação é reversível, porém muito mais estável quando comparada à associação hemoglobina-oxigênio. Tem uma velocidade de dissociação 1500 vezes mais lenta do que a da oxihemoglobina, com uma afinidade 200 a 300 vezes maior pela molécula de heme. Este fato, aliado à mudança de afinidade da hemoglobina parcialmente carboxilada pelo oxigênio, altera a curva de dissociação da hemoglobina para a esquerda e muda sua forma de sigmóide para hipérbole. O resultado final é que surge uma molécula de hemoglobina inadequada para liberar oxigênio para os tecidos. O sistema nervoso central responde a estas alterações aumentando o esforço respiratório e o volume-minuto (aumento da ventilação), o que leva o pulmão a captar mais monóxido de carbono e, conseqüentemente, elevar os níveis de carboxihemoglobina. Aparece, então, uma alcalose respiratória (pH sangüíneo > 7,4), que acaba por desviar a curva de dissociação da oxihemoglobina ainda mais para a esquerda. O resultado é a hipóxia tissular (ver figura abaixo).



A carboxihemoglobina no sangue dá um aspecto ruborizado ao cadáver o que revela uma característica adquirida após a morte que é o tom rosáceo da pele. Tal característica foi observada no casal encontrado em Porto Velho durante os exames necropsiais no IML. Infelizmente a comprovação científica nunca será dada a este caso pois em Rondônia não há espectrofotômetro para realizar as análises no sangue coletado do jovem casal. Neste caso o Laudo terá sua conclusão baseada apenas nas características cadavéricas.

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