Técnica Forense aplicada em múmias revelam evidências de rituais de sacrifício



Pesquisadores da Universidade de Bradford no Reino Unido utilizaram espectrometria de massas para analisar as variações nos níveis de resíduos químicos no cabelo de três crianças múmias Incas, uma menina de 6 anos, um menino de 7 e uma pré-adolescente de 13 anos. As crianças foram encontradas em 1999 perto do cume do vulcão Llullaillaco na Argentina, a cerca de 6.739 metros de altura. Acredita-se que elas tenham morrido em um ritual de sacrifício denominado de Capacocha.

Por esse estudo eles procuraram obter subprodutos de coca e álcool, importantes na cultura ritualística andina. Descobriu-se que as três ingeriram as duas substâncias um ano antes de sua morte sendo que a mais velha, uma menina de 13 anos apelidada de "Maiden", que quer dizer Donzela em português, apresentou maior concentração das duas substâncias. Ao analisar diferentes segmentos do cabelo os pesquisadores foram capazes de determinar mês a mês, o consumo dessas substâncias e, a partir daí, através de conhecimentos arqueológicos, desenvolveram uma visão completa das atividades das crianças até o seus sacrifícios finais. 


Face do menino Inca de 7 anos mumificado


Os níveis metabólicos do cabelo da "Donzela", por exemplo, aumentaram significativamente cerca de um mês e meio antes de sua morte. Seu cabelo era o mais bem cuidado e isso sugere certa ascensão social em relação as outras crianças, muito em virtude de ser escolhida para o sacrifício. O uso destas substâncias, acreditam os cientistas, serviriam para causar um efeito sedativo nas crianças durante os rituais.

Corpo mumificado de Donzela.
Fonte: Nature

Wilson, A. S. et al. Proc. Natl Acad. Sci. USA http://dx.doi.org/10.1073/pnas.1305117110 (2013).

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